Maldade Divina

17 de fev. de 2012

Maldade Divina




“Maldade Divina”

Na minha quietude, sinto meu coração em pedaços.
Acorrentado, desassossegado pela tua maldade.
Nas minhas noites de insônias sinto o teu perfume me enlouquecer.
E, em sôfregos soluços, sussurro silenciosamente teu nome.
Solitário entre brumas.
Vejo-te nua!
Despojada sem nenhum pudor.
Nua na mais pura cobiça, mostrando toda tua rebeldia de mulher.
E, na magia espontânea dos movimentos da tua nudez, sinto arrepios.
Arrepios ao ver teus cabelos esvoaçantes na direção dos ventos.
Como um animal indefeso ao relento, fêz-me teu cativo.
E, neste cativeiro, sinto-me amordaçado e preso às correntes da tua crueldade.
Pois, só os meus olhos exploram teu divino corpo.
Na minha fragilidade, apenas escuto o teu gargalhar ao martírio do meu karma.
Na minha mudez atordoante, sinto sangrando em mim as feridas da tua loucura.
E, refém de ti.
Sinto a dor e o prazer da tua maldade.
Ainda assim...
Amo-te!
Pois, tu és, uma maldade divina!

Irismar Andrade Santiago
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